sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Caminhar e reflectir – esboço de alguns estilos

Permanecer o menos tempo possível sentado, só prestar atenção aos pensamentos compostos ao ar livre, no livre movimento do corpo, a nenhuma ideia cujos músculos não sejam da festa. Todo o preconceito vem das entranhas, ser sedentário é um verdadeiro pecado contra o espírito. Nietzsche mostrava o seu temperamento de viajante ao denunciar os filósofos de quarto tal como os monges encerrados nas suas celas. Caminhar é, ao mesmo tempo, uma experiência de vida e de pensar. Oferece uma disponibilidade ao que está fora, ao inesperado, ao exílio. Caminhar não é um desporto, opõe-se à perfomance, à velocidade, à rapidez – valores que a modernidade proclama. Andar a pé significa uma resistência a todas aquelas formas. Este é um esquisso sobre algumas figuras como Rosseau, Rimbaud, Nietzsche, Kant, Thoreau, etc. e que ligaram a sua experiência de vida ao caminhar enquanto acto filosófico.
A caminhada tanto pode ser solitária como acompanhada. Contudo, caminhar em grupo põe um problema de ritmo. O ritmo é essencial na caminhada, encontrar o ritmo de cada um é aquele a que nos corresponde.
Muitíssimo importante é o facto de a caminhada permitir a simpatia com o ambiente. É uma maneira de conceder algo como uma pulsação fundamental e permite uma relação de participação entre o corpo e a paisagem. O momento em que paramos para ver, em que ouvimos. Se paramos na serra e descobrimos desvios num desfiladeiro, o esforço que fazemos para aí chegar, é nesse momento em que a paisagem nos é apresentada como recompensa do esforço.
A caminhada é fundamentalmente monótona, mas não aborrecida. Há uma diferença. A exaltação deste valor de monotonia é antimoderna, representa um pólo de resistência à inovação permanente, à busca da surpresa. A caminhada é deliberadamente monótona, mas ao mesmo tempo, esta monotonia constitui um remédio do aborrecimento, porque no aborrecimento há um desespero que é o desespero de nunca poder começar qualquer coisa ao passo que na caminhada sabemos sempre o que temos a fazer que é colocar o pé depois do outro. Mesmo que isto pareça absurdo esta monotonia é tranquilizante ao passo que o aborrecimento é penoso e angustiante.
A caminhada é não só uma actividade individual ou colectiva como é uma forma cultural à qual estão ligadas grandes personalidades. Mas há também uma outra espécie de caminhantes como por exemplo o peregrino. Etimologicamente peregrinus, o estrangeiro, e que faz a experiência, ainda que mínima, do exílio. Por definição, o peregrino é aquele que está de passagem, é aquele que é estrangeiro, que não pertence à terra onde passa. Algo que é retomado pelo agostinismo e o cristianismo em geral, pois enquanto mortais estamos de passagem, num país de trânsito.

O estilo de caminhar de Nietzsche
Nietzsche fazia caminhadas nas montanhas normalmente por sendeiros ascendentes, dando a ideia de que é preciso elevar-se acima dos preconceitos, acima das grandes construções comummente recebidas. E nesta ascensão encontramos sempre a ideia da resistência, da dinâmica do pensamento, que se vê na construção dos aforismos ao sublinhar a subida esforçada a um certo ponto e aí se descobrir toda uma nova paisagem. Alguns dos aforismos de Nietzsche são construídos desta maneira, isto é, a experiência da passagem por uma garganta na montanha feita a pé leva à descoberta de coisas novas, novas perspectivas e que é o nó da escrita aforística de Nietzsche. Tinha mesmo um caderninho em que rascunhava os seus pensamentos e que retomava ao serão o que havia meditado durante a caminhada. Para Nietzsche, os caminhos tornam-se meditativos. Os caminhos não são simplesmente espaços de circulação, eles próprios são fonte de inspiração e de meditação pois a caminhada permite a não existência de imagens do mundo. Ou seja, a relação com a paisagem enquanto andamos não é mais uma relação de representação porque está ligada ao esforço do corpo, é a paisagem que insiste lentamente no corpo que caminha.
Para Nietzsche esta caminhada efectua-se contra os filósofos sedentários. É o ponto polémico da sua perspectiva. Os livros de autores prisioneiros nos seus muros, implantados nas suas cadeiras são indigestos e pesados. Nascem da compilação de outros livros sobre a mesa. São livros gordurosos, empanturrados de citações, pesados em anotações. São pesados, obesos e lêem-se com lentidão, aborrecimento, dificuldade. Fazem um livro de outro livro, comparando uma linha com outra linha, repetindo o que outros disseram, o que outros já haviam ainda contado, verifica-se, precisa-se, rectifica-se uma frase, um parágrafo, um capítulo. Um livro torna-se o comentário de cem livros, sobre a frase de um outro. Aquele que compõe caminhando, ao contrário, é livre de amarras, o seu pensamento não é escravo de outros volumes, carregado de verificações, de pensamento dos outros, sem prestar contas a ninguém, simplesmente pensar, julgar e decidir. É um pensamento que nasce de um movimento, de um élan.
Se se compuser caminhando, o exercício de verificação, de ir buscar noutros volumes, tudo isso está interdito. O pensamento é muito mais vertical a si próprio, aligeirado, e é verdade que ao caminhar só trazemos o estritamente necessário. Há uma simplificação da existência na caminhada que é também uma simplificação do pensamento. O pensamento é intimado a pensar o essencial. E já não está ocupado nem em precisões, nem em referências, porque tomado numa afirmação mais forte. Este estilo de caminhada e reflexão convoca-nos a perguntas severas: “Estou farto de escrever de uma maneira universitária e quero largar as amarras, será que sou capaz?”. A caminhada é, portanto, uma maneira de facilitar, de arranjar uma certa respiração e motorizar uma escrita que seja descongestionada de um certo peso. O gosto do ar livre, o desejo do exterior tem, assim, um sentido muitíssimo metafísico.
Quando falamos no gosto do ar livre isso corresponde à experiência da caminhada, do passeio em vários dias onde há uma inversão de uma lógica habitual na qual o ponto de estabilidade é um consigo próprio e uma interioridade/dentro e através deste dentro podemos visitar certos fora/ exterior. Ao caminhar vamos de abrigo em abrigo, de lugar em lugar, e é o conjunto paisagem / ar livre que nos serve de ponto de estabilidade. O ar livre é a exposição, a caminhada durante várias horas são uma exposição inteira do corpo aos elementos, à paisagem, à natureza. Exposição essa, que é ao mesmo tempo física e espiritual sobre o sujeito.

O estilo de caminhar de Rimbaud
Rimbaud caminha para fugir e neste sentido aproxima-se Montaigne: “quando me perguntam porque viajo não sei o que procuro, mas sei do que fujo”. Rimbaud é um exemplo de escritores que sentiram regularmente o desejo de partir. Partir por partir, é a verdadeira definição do caminhante, que não caminha num intuito preciso para ir a algum lado.
Para Rimbaud, caminhar é um movimento para se extenuar, não se trata de se reencontrar, de redescobrir uma identidade perdida, não é uma caminhada para se redescobrir a si próprio ultrapassando as máscaras sociais e as personalidades impostas. É verdadeiramente o contrário, é a caminhada como experiência da extenuação. É isto que verdadeiramente sentimos quando caminhamos muitas horas. E acontece um momento em que não somos senão um corpo que anda e finalmente conseguimos esquecermo-nos de nós próprios.

O estilo de Caminhar de Rosseau
Rosseau foi um grande caminheiro. Escreveu um célebre livro: Les rêveries d'un promeneur solitaire. Rosseau caminhava para encontrar em si próprio o primeiro homem, absolutamente primitivo, esta crença, esta ilusão de um eu primeiro. Rosseau tenta encontrar este homem que não está nos livros. Vai precisamente servir-se de longas andadas solitárias para reencontrar em si este modelo através destas caminhadas. A ideia da caminhada a pé como método para ir buscar o que não está nos livros e, paradoxalmente, para fazer um livro!... É impressionante a maneira, como várias vezes escreveu, de que era preciso desertar das bibliotecas e ir para os caminhos de modo a produzir o discurso ou para fazer o retrato deste homem primacial em harmonia com a natureza.
Nestes textos Rosseau sente simpatia com as plantas, com os animais e na caminhada há como que o despertar da dimensão do selvagem, do “wild”, das forças infra-humanas ou que não são moldadas pelo homem. Nas Confissões escreveu: “Gosto de andar como me apetece e parar quando me apraz. A vida ambulante é aquela que me convém, fazer uma caminhada durante um bocado, numa bela região sem estar com pressa...”.

O estilo de caminhar de Kant
Kant tipifica a caminhada quotidiana e à qual não queria falhar sob nenhum pretexto. Tratava-se de andadas higiénicas, em que havia sempre a mesma distância – o lado obsessivo que se presta ao riso – mas ao mesmo tempo esta disciplina, regularidade, é muito importante porque quando efectuamos uma caminhada apercebemo-nos do ponto donde vimos e depois parece-nos impossível acreditar que esta foi feita apenas com as nossas duas pernas e a ideia de um impossível que é conquistado justamente por um rigor e disciplina implacável é algo que encontramos em Kant.

O estilo de caminhar de Thoreau
Henry David Thoreau escreveu o primeiro tratado sobre caminhar chamado Walking. Nesta obra o acto de caminhar é associado à tomada de uma posição política, isto é, a uma certa recusa da civilização (tal como Rosseau). Nos seus escritos relata um passeio em que de repente encontra por acaso uma meia no meio da floresta e sente um verdadeiro horror! Hoje seria um preservativo…Segundo o autor é a civilização que vem poluir e por isso toma a decisão de viver à parte da cidade. Thoreau representa também o espírito de desobediência civil, de viver afastado. Procura demonstrar nos seus escritos que basta caminhar nas margens de um qualquer lago para bem caminhar. A ideia de caminhada participa muito mais na actividade ou conceito de caminhar do que na ideia de destino extraordinário, inédito, de descoberta exótica. Tal como Gandhi, Thoreau valorizava a economia de auto-suficiência e tem uma grande desconfiança das economias de mercado, de forças industriais em perpétua expansão. No seu livro há esta ideia de que a reserva do futuro está no selvagem, no primitivo. Para os europeus a atracção do selvagem reenvia-os sempre para a origem, ao passo que para Thoreau o selvagem aponta para o futuro. É a ideia do Oeste. O que representa o primitivo é a fonte de renovação. Thoreau, a exemplo de Nietzsche, Rosseau, Gandhi, caminhava efectivamente várias horas por dia. Era algo que estruturava profundamente a sua existência.

O estilo de caminhar dos filósofos Antigos
O que é mais evidente é que os primeiros filósofos eram caminhantes. Sócrates vai para a ágora nos dias de grande afluência de modo a poder inquietar as consciências dos cidadãos. Aristóteles era o grande peripatético por excelência, aquele que caminha na rua, no liceu. Há diferentes estilos de caminhada nos filósofos da Filosofia Antiga. A verdade é que os filósofos gregos não eram grandes caminhantes. É verdade que Sócrates se encontrava regularmente na ágora mas ele marcava passo no lugar. Tentavam levá-lo para fora da cidade – vê-se isso no Fedro - mas tal não lhe interessava. Preferia estar no lugar, preferia o burburinho da conversa no quadro da sua missão filosófica. Aristóteles é a mesma coisa. Diógenes de Laércio descreve-o como tendo longas pernas magras, e que havia esta ideia de peripateia, conversar e caminhar e que algumas aulas poderiam decorrer da seguinte maneira – um mestre pronuncia tranquilamente a sua lição enquanto os discípulos o seguiam até ao fim da fiada de colunas e voltavam. No entanto, os verdadeiros caminhantes eram os cínicos. Eles iam de cidade em cidade e reencontramos neles esta dimensão política dos caminhantes que já havíamos referenciado em outras personalidades como Thoreau ao porem em causa um certo tipo de valores da modernidade, do sistema. Esta grande exposição ao ar livre, ao fora de casa é considerada a única grande riqueza, isto é, aquele que pode dormir sobre a terra possui todas as habitações possíveis. O cínico vestido simplesmente com um tecido velho e um cajado é o verdadeiro rei sobre a terra.

O estilo de caminhar de Gandhi ou a dimensão política da marcha
Gandhi quando decide organizar a grande marcha do sal vê de imediato em quê a caminhada a pé maciça e colectiva é uma dimensão de humildade, sendo também, ao mesmo tempo, o contrário da humilhação e que é simultaneamente uma dignidade. A exaltação da marcha para Gandhi vai de par com esta busca de uma humildade que engrandece aquele que a aceita. Além disto, aquele que se afunda no ridículo é aquele que reivindica. A marcha traz consigo um valor de finitude e um certo estilo de energia que é muito mais feminina, que está do lado da resiliência, da lentidão.

Para um estilo de caminhada hodierno
O prazer, a alegria, a felicidade, a plenitude, descrevem diferentes formas de experiências. Mas a caminhada é o prazer de quê? O bem-estar é um conceito diferenciado e que, por vezes, é confundido – a felicidade, o prazer, alegria, etc. são experiências de bem-estar completamente distintos e que podemos encontrá-los na caminhada. O prazer é o encontro na sensação, e na caminhada temos a exposição aos elementos como o vento, etc. e que são prazeres físicos e temos também a figura da alegria que é o de sentir o corpo a lançar-se, da afirmação da actividade do corpo. O bem-estar da experiência da plenitude relativa. Quando paramos depois de muitas horas de caminhada é a felicidade total. É um momento de graça.
Quando caminhamos nunca estamos sós, pois estamos cercados pela presença da paisagem, das árvores, das pedras, etc. e que muito rapidamente assinalam a experiência da vibração da paisagem, essencialmente . A graça na vibração das folhas num golpe de vento é diferente quando saímos, por exemplo, de um carro com ar condicionado e tiramos uma foto. Numa caminhada, a vibração conquistada pelo esforço, é uma recompensa deste esforço, e é diferente quando saímos de uma viatura e nos confrontamos com uma paisagem onde tiramos uma foto. As cores, a modulação das linhas é um ponto de vista puramente indicado, trata-se de uma relação exterior, mas quando as conquistamos na caminhada há uma vibração que se ganha.
Correr é uma experiência muito diferente da caminhada – é evidente que o esforço não é o mesmo - mas sobretudo a diferença entre o movimento e o repouso é muito acentuada. Quando paramos após uma corrida é um momento fisiológico intenso ao passo que na caminhada o repouso é um coroamento da caminhada. A grande diferença na corrida é a de romper a gravidade ao passo que a caminhada é, primeiro, mais tranquilizante, uma renovação com a gravidade, com a finitude.

A caminhada não se reduz ao campo, à serra. Não podemos caminhar na cidade, na multidão, na rua? Porque é que não podemos caminhar na cidade? Sim, podemos caminhar na cidade, há figuras culturais aqui, como por exemplo, o flanador, exaltada por W. Benjamin, Baudelaire, é no momento em que a cidade se torna megapolis, que esta se pode constituir como paisagem, com rupturas muito semelhantes às rupturas das paisagens, com os bairros a tornarem-se diferenciados.
Walter Benjamin sublinha que a beleza (da cidade) releva mais de uma estética do choque e do esplendor e do encontro fortuito e que faz que a expressão desta beleza apreendida pelo flanador da cidade seja mais transportável para o cinema ou poema em prosa do que na poesia ritmada ou na grande prosa. Trata-se para o flanador de estar presente nos encontros que são absolutamente fugitivos e supõem uma atenção sobreaguda do espírito para os capturar. Estamos perante uma tensão intelectual e poética que é muito diferente da das grandes caminhadas na natureza (mais tranquilizante). Aqui estamos numa instalação progressiva da presença ao passo que na caminhada na cidade que é a do flanador (distinto do mirone que se deixa fascinar pelas montras) vai tentar encontrar analogias, comparações, de efemeridade e esta busca implica uma acuidade do espírito e corresponde a uma estética que é muito diferente das grandes caminhadas na montanha ou na margem de rios ou lagos.
Há um contramodelo, o flanador é o oposto do homem muito ocupado. Há um lado subversivo, de se perder, de passear, de não ser um mirone. Trata-se de subversão e não de resistência. Na ideia de subversão há sempre a ideia de recuperação de um sistema mas sem que oponhamos a esse sistema uma recusa franca e maciça. É essa a subversão do flanador, há uma utilização da cidade para fins que ela não produz funcionalmente.
Tanto podemos gostar de caminhar na cidade como gostar de caminhar na serra ou no campo – é preciso absolutamente alternar os passeios urbanos e campestres e não privilegiar um, pois o seu fundo é comum, isto é, um jogo livre de imaginação compondo as suas impressões. Mas a sua virtude é diferente, porque caminhar nas áleas públicas supõe uma passeata que permite fazer observações sobre a diversidade do género humano e do comportamento dos nossos semelhantes, de microdescobertas que são um encantamento para o espírito. Caminhar sozinho, na companhia de riachos e das árvores vai de preferência levar a uma oniricidade absolutamente afastada da rigidez da introspecção sistemática mas por isso mesmo fecunda, é como se docemente distraídos pelo espectáculo das flores e da linha de horizonte a alma se esquecesse um pouco de si e por esta via desvelasse a seus próprios olhos alguns dos seus rostos ordinariamente mascarados. O segredo do passeio é bem esta disponibilidade do espírito, tão rara na nossa existência atarefada, polarizada, cativa das nossas teimosias. A disponibilidade é uma síntese rara de abandono e de actividade fazendo todo o encanto do espírito de passear. A alma encontra-se aí disponível ao mundo das aparências, não tem que prestar contas a ninguém, e nenhum imperativo de coerência. E neste jogo sem consequências, é bem possível que o mundo se entregue mais ao passeante ao longo das suas deambulações extravagantes porque observador sério e sistemático.
Devemos conceder-nos a possibilidade de caminhar em lugares extremamente familiares, o nosso bairro, quarteirão. De modo geral, temos a cartografia mental do nosso próprio bairro que faz com que já não o vejamos. Seria talvez necessário ser um estranho ao nosso próprio bairro, quase exilar-se do seu próprio lugar, para de um só golpe o redescobrir. É possível reencontrar o interesse, o encanto, a força dos nossos passeios de infância, isto é, uma capacidade em ver o mundo numa frescura a mais pura possível e deixar-se surpreender pelas aparências. A caminhada que se confunde com o amor da manhã, isto é, o futuro se prepara no amor da aurora. Os momentos de grande emoção na caminhada são os momentos em que paramos depois de muito caminhar e que são momentos de plenitude e de repouso mas também os momentos em que partimos e buscamos um caminho ainda manhã cedo. Caminante no hay camino el camino se hace al andar.

2 comentários:

Derick disse...

Belo Blog.
Texto inspirador para meu costume de caminhar...

Kika disse...

Esse texto é lindo, estou escrevendo um poema através dele.